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Desertificação X Degradação das terras: o que você precisa saber?

Toda área desertificada está degradada, mas nem toda área degradada está desertificada. Existem três níveis de degradação das terras: moderado, forte e muito forte. Quando as terras estão degradadas de forma moderada, ainda é possível reverter o processo. Porém, quando já se encontram deterioradas de forma forte ou muito forte, já se tornaram desérticas.


A desertificação é a degradação da terra em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultantes de atividades humanas e variações climáticas, que podem levar a condições desérticas. Já a degradação das terras se refere à perda da sua produtividade biológica ou econômica, resultando na deterioração das propriedades físicas, biológicas e/ou econômicas do solo, bem como na perda de longo prazo da vegetação natural.


Os solos do Semiárido brasileiro, ainda jovens e pouco profundos, são altamente suscetíveis à desertificação. Em razão dessas características, quando submetidos às constantes ações de degradação natural e antrópica, têm sua matéria orgânica comprometida. A desertificação ocorre justamente em razão da crescente deterioração dos recursos naturais, em ecossistemas de terras secas, que culmina na degradação grave ou muito grave das terras. As secas intensas aceleram o processo de desertificação.


Diante do papel central que a ação humana exerce sobre o aumento das áreas em processo de desertificação, é necessário identificar as atividades antrópicas que aceleram o processo de deterioração das terras, como agricultura, sobrepastoreio, irrigação e desmatamento.


Um problema agravante é que o desmatamento da Caatinga, para obtenção de lenha e carvão, geralmente é associado à extração do solo, para as fábricas cerâmicas, a exemplo dos polos produtores de telhas, instalados na região do Seridó potiguar. As fornalhas que alimentam a queima do produto usam grande volume de lenha, extraída da caatinga, além do uso de água e argila, que levam ao esgotamento dos recursos naturais dessas áreas.


Imagem de satélite do núcleo de desertificação em Cabrobó (PE). Este conteúdo foi aprofundado no Livro “Um século de secas”: https://www.letrasambientais.org.br/sobre-livro

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