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Na trilha do ATER Agroecologia: Investigando os potenciais dos agroecossistemas familiares do Bioma Caatinga

O Projeto Ater Agroecologia, desenvolvido pela AGENDHA, recebeu a visita técnica do fiscal da Bahiater, Helder dos Anjos, com o objetivo de investigar e conhecer os avanços alcançados pelos agroecossistemas familiares no Bioma Caatinga. Durante os dias 24 a 26 de junho, Helder percorreu os municípios de Paulo Afonso, Jeremoabo, Glória e Chorrochó, encontrando exemplos inspiradores de agricultores familiares engajados na prática da agroecologia.



Foto Bruna Cordeiro - AGENDHA

A visita teve início na sede da AGENDHA, onde ocorreu um encontro entre a equipe técnica do projeto, a coordenação técnica e geral da AGENDHA. Durante essa reunião, foram compartilhados os principais objetivos da visita, que consistiam em monitorar e acompanhar o progresso das ações executadas e observar as mudanças alcançadas pelas famílias nos sistemas produtivos ao longo do segundo ano do projeto.


A primeira parada foi na comunidade Serrote, em Paulo Afonso, onde o agricultor familiar Rivaldo Teixeira recebeu a equipe. Em sua propriedade, Rivaldo mostrou as instalações construídas por ele mesmo, que servem de abrigo e cuidado para os animais em momentos importantes de suas vidas. Um barreiro familiar tem sido fundamental para auxiliar no fornecimento de água aos animais durante a estiagem.


Em seguida, a equipe encontrou-se com Dona Valdelice, que apresentou sua cisterna de produção, destacando que, devido às chuvas recentes, a cisterna transbordou. Valdelice utiliza a água retirada com um balde para manter os sistemas produtivos saudáveis em sua propriedade.


Dona Claudenora mostrou à equipe seu consórcio de milho e feijão, que crescem harmoniosamente em sua propriedade. A cisterna de produção tem sido essencial para apoiar todos os sistemas produtivos em sua propriedade. A água é utilizada nos canteiros econômicos implementados pela AGENDHA, bem como no roçado, onde atualmente estão sendo cultivados macaxeira e andu. Claudenora construiu seus próprios apriscos e chocadeira, e em seu quintal é possível encontrar patos e galinhas.


Em Jeremoabo, a primeira parada foi na Comunidade Tranqueira, onde a equipe visitou a propriedade da agricultora Rosimeire. Ela mostrou os frutos diferenciados de seu quintal, como o babaçu, e mencionou que doa mudas sempre que alguém pede, contribuindo para a disseminação dessa espécie na região. A equipe também conheceu sua plantação de caju e a Barragem de Base Zero, conhecida como Barrocal, construída pela AGENDHA.

No quintal produtivo de Rosimeire, é possível encontrar diversas espécies de patos, peru e galinhas.



Em um espaço encantador, Dona Matilde cultiva uma variedade de plantas que são verdadeiras aliadas da convivência e do bem-estar no semiárido. Matilde é uma grande conhecedora e experimentadora, mantendo um quintal produtivo diversificado e realizando a multiplicação de mudas de frutíferas não apenas para si, mas também para a vizinhança. No local, podem ser encontradas mudas de banana, caju, graviola, mamão, umbu, entre outras. Matilde construiu seus próprios apriscos para galinhas, perus e patos, contando com a parceria de seu companheiro.


A última propriedade visitada foi a de Ana Paula, onde as cisternas têm feito toda a diferença para sua família. Com o auxílio de uma bomba periférica, ela consegue irrigar os canteiros, comercializar sua produção e aumentar sua renda. Ana Paula tem investido no cultivo de culturas de ciclo curto, como coentro, cebolinha, couve, pimenta, entre outras. Ela já realizou a primeira colheita e está iniciando o segundo plantio.


A equipe também encontrou a agricultora Edvânia das Neves, uma verdadeira guardiã da natureza. Em sua propriedade, repleta de vida e diversidade, Edvânia encanta com seu amor pelas plantas medicinais e pela preservação da caatinga. Sua propriedade conta com diversas fontes de água, incluindo uma cisterna de consumo, uma cisterna de produção, um barreiro familiar e um poço artesiano. Com essas fontes de armazenamento, ela consegue irrigar suas culturas e cuidar dos animais. Em seu quintal produtivo, é possível encontrar frutíferas e ervas medicinais, como alecrim de vaqueiro, benzetacil, colônia, cidreira, cabaça, pimenta, moringa, entre outras preciosidades.


As visitas realizadas tiveram um papel fundamental no monitoramento e acompanhamento das ações executadas na Chamada Pública Ater Agroecologia 01/2018, contribuindo significativamente para a compreensão das práticas e técnicas aplicadas nos agroecossistemas familiares, bem como seus avanços e desafios.


Essas visitas técnicas proporcionaram um olhar atento e aprofundado sobre as práticas e técnicas aplicadas nos agroecossistemas familiares durante os três anos de atuação do projeto, destacando a importância da Assistência Técnica e Extensão Rural para todas as famílias e suas comunidades.


Essa ATER gratuita e pública que a AGENDHA tem levado, em parceria com o Governo do Estado da Bahia, tem obtido resultados promissores. As visitas demonstraram o impacto positivo das práticas agroecológicas nas comunidades rurais, tendo em vista as técnicas e métodos agroecológicos de cuidados com os cultivos e a sanidade animal que foram desenvolvidos durante os três anos desenvolvimento.


Com este projeto, 540 famílias de agricultores, povos e comunidades tradicionais nos Territórios Itaparica e Semiárido Nordeste II foram beneficiadas. Sua execução é uma parceria da AGENDHA com a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BAHIATER), ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo do Estado da Bahia.






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