Com o intuito de dar continuidade ao atendimento aos agricultores e agricultoras familiares baianos, com a execução dos serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater), considerada uma das atividades essenciais, a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), unidade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), tem realizado uma série de reuniões, por videoconferências, com as organizações sociais que prestam o serviço de Ater, para alinhar e reorientar as metodologias de execução neste contexto de restrições ao contato presencial para evitar o contágio do coronavírus.
Uma das videoconferências reuniu as 23 prestadoras contratadas para o atendimento direto a 12.420 famílias, nas modalidades Ater Mulheres e Ater Agroecologia, tendo como foco potencializar a produção de alimentos e ampliação da renda das mulheres rurais e o avanço na transição agroecológica, respectivamente. Já com as entidades que executam a Ater nas modalidades Sustentabilidade e Povos e Comunidades Tradicionais, foi avaliado o atual estágio das ações e sua continuidade, ressaltando-se a necessidade das medidas de proteção e de prevenção à Covid-19.
O início desse processo contará com a formação on-line, feito pela Bahiater para os agentes de Ater. “A formação tem um papel importante na execução dos contratos de Ater, porque vai esclarecer sobre a utilização dos instrumentos de diagnóstico, monitoramento e avaliação do trabalho no campo, além do uso de metodologias participativas. Diante da pandemia do coronavírus, tivemos que nos reinventar em vários aspectos, utilizar os meios de comunicação virtual para fazer a formação on-line. Para isso, nós estamos trabalhando, junto com os educadores, na utilização de uma plataforma digital. Depois que passar tudo isso, pretendemos fazer encontros presenciais para complementar com vivências práticas", explica a diretora de Inovação e Sustentabilidade da Bahiater, Maria Auxiliadora Alvim.
Na plataforma digital serão disponibilizados vídeos e materiais didáticos; um aplicativo para encontros virtuais, discussões e trocas de ideias; uso do Whatsapp para trabalhos em grupo e apresentação de trabalhos desenvolvidos a partir das experiências e visões de cada participante.
“Estamos vivendo uma crise gravíssima, com riscos de desabastecimento durante e pós-pandemia. Necessitamos nos reinventar a cada dia, buscar novas formas de comunicação e de atendimento aos agricultores e agricultoras familiares”, afirma a superintendente da Bahiater, Célia Watanabe, destacando que a mobilização das famílias, já iniciada no período anterior ao da pandemia, seguirá com articulações entre as instituições parceiras, por meios de comunicação virtual e planejamento das ações previstas no projeto.
Segundo o diretor de Ater da Bahiater, Marcio Hirata, na videoconferência ficou estabelecido que as primeiras atividades dos contratos com as prestadoras de Ater serão organizadas em articulação entre a contratada e o Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (SETAF) de cada território, devendo abranger todos os municípios de atuação de cada contrato: "O objetivo da reunião foi debater as melhores estratégias de execução das atividades, remotamente, em função da pandemia, além de tratar sobre a formação das equipes, seleção de beneficiários e questões administrativas dos contratos".
Valda Aroucha, uma das fundadoras da Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (Agendha), destaca que a instituição vem desenvolvendo iniciativas para dar continuidade ao serviço de Ater com as famílias atendidas: "A Agendha criou grupo de WhatsApp com as famílias agricultoras que têm acesso a este meio de comunicação, por núcleo comunitário e mantém contato permanente, informando sobre o acesso a programas sociais, como os de alimentação escolar, renovação da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), Garantia-Safra, dentre outros que surgem". Ela observa ainda que para quem não possui WhatsApp, mas tem telefone, os técnicos orientam, com atenção também voltada aos povos e comunidades tradicionais.
Por meio do contrato com a Bahiater, a Agendha atua no Território de Identidade Itaparica, incluindo os municípios de Abaré, Chorrochó, Glória, Macururé, Paulo Afonso e Rodelas. Entre as atividades que estão realizando está a construção propositiva do sistema de monitoramento, diagnóstico e capacitação do ATER agroecologia, com a Articulação de Agroecologia da Bahia (AABA); atuando na articulação nacional para o retorno de investimentos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e na criação do Comitê Popular Solidário Territorial, que dissemina informações e atua na arrecadação de alimentos para alguns povos indígenas, entre outras ações.
Publicado em: 07/05/2020 por: http://www.sdr.ba.gov.br/
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