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15 anos da Agendha são marcados por testemunho de mulheres que venceram a violência física e moral

A Uneb sedia nestes dois dias, terça e quarta, o I Encontro Ecofeminista da Mulher Rural promovido pela ong Agendha e seus parceiros, dentro das temáticas sugeridas pela Organização das Nações Unidas (ONU) que elegeu 2018 o ‘Ano Internacional da Mulher Rural’, a data marca também os 15 anos de atuação da Agendha no Semiárido Brasileiro, especialmente em Paulo Afonso.

Valda Aroucha recebe carinho do marido. Foto PA4.COM.BR

A Uneb sedia nestes dois dias, terça e quarta, o I Encontro Ecofeminista da Mulher Rural promovido pela ong Agendha e seus parceiros, dentro das temáticas sugeridas pela Organização das Nações Unidas (ONU) que elegeu 2018 o ‘Ano Internacional da Mulher Rural’, a data marca também os 15 anos de atuação da Agendha no Semiárido Brasileiro, especialmente em Paulo Afonso.

Dito isto, é preciso reconhecer a atuação da presidente da Agendha, Valda Aroucha, cidadã pauloafonsina [o título foi concedido pelo então vereador Ozildo Alves], seu desbravamento intelectual, sua atitude transformadora e a inconteste capacidade de unir agentes públicos e privados, a fim de promover mudanças na vida das pessoas indistintamente, mas de maneira especial, das mulheres.


O Ecofeminismo pulsa no coração de homens e mulheres numa relação mais igualitária com o meio ambiente, atenta às questões ambientais, promovendo a ascensão de mulheres no campo e, consequentemente na sua vida social e na relação com o próximo. Uma mulher que sabe da sua capacidade, que vence estruturas impostas a ela.


Nesta quarta-feira, também com a presença dos representantes da polícia Civil e Militar, da prefeitura de Paulo Afonso, representantes de sindicatos, dos trabalhadores rurais e outras organizações, as mulheres falaram. Narraram passagens de violência física e moral, preconceito e superação. Uma detenta que sustenta a família confeccionando bonequinhas de pano, e com ela outras presas do complexo de Paulo Afonso, que chegaram ali sem qualquer chance, mas que através do trabalho vivem com a dignidade que nunca conseguiram ter fora da cadeia.

Para além de questões de ordem mais prática, o I encontro Ecofeminista da Mulher Rural é uma grande confraternização de tantos atores que se uniram para garantir direitos às mulheres e que o Estado cumpra sua parte. É uma festa, um abraço e uma celebração de forças positivas.


Testemunho de Nádia Silva de Oliveira (foto de capa), acompanhada pela Ronda Maria da Penha:

“Estou um pouco nervosa, mas vou ver se consigo, eu espero que o pouco que vou falar aqui possa ajudar alguém…  fui casada 30 anos e infelizmente por algum motivo não deu certo, então eu precisei recorrer à Ronda Maria da Penha e agradeço primeiro a Deus a eles por terem conseguido me tirar de lá. Eu queria dizer a vocês mulheres que sofrem violência doméstica, esperando que seu companheiro possa um dia mudar, não vai mudar. A mudança precisa ser a partir de cada uma de vocês, certo?, vocês têm que aprender a hora de dizer não!, vocês têm que lutar pelos seus direitos [ a voz embargou, ela chora…] é aplaudida . Não sintam vergonha de procurar a Delegacia da Mulher, lá é o nosso recurso, é o nosso apoio, dia 7 eu completo três meses fora de casa e sou assistida por eles a cada 7, 15 dias; vão em casa, tem uma psicóloga maravilhosa que me atende e me ajuda, não aceitem violência! Eles me acolheram e na hora que você precisar vá a Delegacia da Mulher.”

Esta matéria foi publicada orinalmente por Portal PA. Por Ivone Lima, no dia 07/03/2018 às 11:13.


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