O objetivo do ‘Programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos’ é desenvolver ações integradas de saúde, voltadas para a adoção de medidas de prevenção. Os municípios prioritários para a implantação do VSPEA são Abaré, Glória, Jeremoabo e Rodelas

A equipe de Agrotóxicos da FPI-BA realizou um encontro com Secretarias Municipais de Saúde de Paulo Afonso para tratar do combate aos impactos dos agrotóxicos à população através do Programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA).
A reunião pública aconteceu nesta terça, 29, e foi conduzida por Cláudio Mascarenhas, coordenador do Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Transgênicos e pela Agroecologia (FBCA). Cláudio detalhou as ações desenvolvidas pelo Fórum - que potencializa a implantação do Programa em Paulo Afonso.
O objetivo do VSPEA é desenvolver ações integradas de saúde, voltadas para a adoção de medidas de prevenção dos fatores de risco, promoção à saúde, assistência e vigilância em saúde das populações expostas, ou potencialmente expostas a agrotóxicos.

Necessário na região
Na Regional Paulo Afonso, os municípios prioritários para a implantação do VSPEA são Abaré, Glória, Jeremoabo e Rodelas. A coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental, Emily Karle Conceição, explicou a relevância da implementação do Programa nos municípios da Bahia - estado com maior número de agricultores familiares -, e uma quantidade expressiva de Povos e Comunidades Tradicionais. “A VSPEA se faz necessária na região, por que há uma característica da produção e utilização intensiva de agrotóxico, o que expõe a saúde da população a riscos”, pontua Emilly.
O encontro pautou também o uso de agrotóxicos em atividades não agrícolas, uso doméstico, e em saúde pública. Na ocasião, houve ainda a discussão sobre o monitoramento da água consumida pela população - pauta da Vigilância em Saúde Ambiental (VIGIÁGUA).
Ainda na oportunidade, a promotora de Justiça, Luciana Khoury, que também faz parte da coordenação-geral da FPI/BA, conversou com os secretários de Saúde e técnicos de Vigilância presentes, sobre a necessidade dos primeiros passos para implementação do VSPEA.
“São muitos passos a serem dados. Nós não podemos ficar paralisados por não termos o sistema ideal. É necessário fazermos tudo que é possível, como: cobrar um responsável técnico, um engenheiro sanitarista, um engenheiro clínico, correr atrás dos projetos e de apoio dos prefeitos, para assim, termos uma condição melhor de trabalharmos”, reforça a promotora.
Novos encontros e capacitações
Para fortalecer os territórios e as comunidades expostas, e estruturar uma saúde com mais qualidade no território de Paulo Afonso, ao final do encontro, a coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental, Emily Karle, propôs novos encontros, capacitações e formação entre os profissionais da Vigilância de Saúde, além da participação da própria população.
“Estamos articulando o fortalecimento das ações para instrumentalizar o controle social através da Vigilância Popular da Saúde - que é uma proposta da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde de todo o Brasil e, nós na Bahia estamos sendo um dos pioneiros, pois com a ferramenta a população pode engajar e realizar ações mais efetivas para além da saúde em outros âmbitos impactados por agrotóxicos”, finaliza.
Por: Assessoria de Comunicação da FPI/BA
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